29 janeiro 2009

Poesia Mongol

Você achava que ISSO era um “Felômono” nacional?
http://www.youtube.com/watch?v=XPjFBUzNiog&feature=related

Pense de novo:
http://www.youtube.com/watch?v=8EN_okDXHUI&NR=1

A pergunta é: O QUÊ GENGIS (OU Dschinghis) FARIA COM ESSA MOÇADA ?
Resposta: Comer comer (o fígado) é um a resposta plausível.
hehehehe

Pra cantar (e dança) junto no seu escritório (e pedir férias por insanidade mental)::
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Genghis Khan

Havia na Mongólia um lutador feroz (Genghis Khan)
[ha, hu, ha]
Que conquistou a China, o Afeganistâo (e o Irã)
[ha, hu, ha]
Até a tropa russa derrotou
E do império turco se apossou
E contra a própria morte ele lutou
[hu, ha]
Genghis, Genghis, Genghis Khan
Foi o maior lutador que existiu
Era o Genghis, Genghis, Genghis Khan
Líder de bravos guerreiros
que nunca sofreram uma derrota (oh ho ho ho)
vilões e assassinos (ah ha ha ha)
Tanta crueldade não se viu
Genghis, Genghis, Genghis Khan
Deixa na História uma página de dor
Era o Genghis, Genghis, Genghis Khan
Foi ditador, foi herói, foi bandido
E a todos que encontrava (oh ho ho ho)
matava e queimava (ah, ha, ha, ha)
Era o mais temido dos mortais
Vencendo os inimigos, Genghis Khan enfim (conquistou)
[ha, hu, ha]
Um grande império bem maior do que alguém (já sonhou)
[ha, hu, ha]
Exércitos inteiros dominou
Milhares de guerreiros comandou
Por muitos anos ele assim reinou
[hu, ha]
Genghis, Genghis, Genghis Khan
Foi o maior lutador que existiu
Era o Genghis, Genghis, Genghis Khan
Líder de bravos guerreiros
que nunca sofreram uma derrota (oh ho ho ho)
vilões e assassinos (ah ha ha ha)
Tanta crueldade não se viu
Genghis, Genghis, Genghis Khan
Deixa na História uma página de dor
Era o Genghis, Genghis, Genghis Khan
Foi ditador, foi herói, foi bandido
E a todos que encontrava (oh ho ho ho)
matava e queimava (ah, ha, ha, ha)
Era o mais temido dos mortais
[ha, hu, ha, hu]

28 janeiro 2009

Momento Poeira (1)

Assisti ontem, depois de muitos e muito e muitos anos "A historia do mundo Segundo Mel Brooks: Parte 1".
Um dos meus filmes prediletos, mas só tinha visto uma vez.

Me dei conta de quanto tempo fazia por causa da primeira cena, com humor idiota típico dele (e que, cacilda, como eu gosto).

Ao fundo, ninguém menos que Orson Wells narrando a epopéia do homem primitivo (vulgo uma penca de pessoas com fantasia de macaco) erecto pela primeira vez. Ao fundo uma luz simulava a alvorada (da espécie humana) e uma musica parecida com "Assim falava Zaratustra" retumbando. Aí, no àpice da coisa eles fazem uma mímica de masturbação macacal, soltam grunhidos e desabam no chão com um ruído, satisfeitos.

Pois é, eu era tão moleque que não saquei a piada. Para mim eles se sacudiam e esterbuchavam, mas o sentido da coisa se perdia. Nunca tinha entendido esta parte do filme (o resto eu tinha entendido em sua maioria). Mas já sacava a dos eunucos pelo menos. Ná média, não estou tão mal.

26 janeiro 2009

Terror Noturno

O Relógio bate as horas
Mas eu ainda não sei ver

No escuro, me remexo
Meio insone, a tremer

Ao meu lado, meus brinquedos
Só se sabem emudecer

Ouço passos, na escada
Ela já vem me buscar

Uma noite, foi-se Mãe
Na seguinte foi-se papá

Já se foram tantos outros
Que nem mais vou lembrar

Faz estalo, neste quarto
abre a porta, quem será?

Eu só vejo o vulto negro
Veio aqui me buscar?

Ouço passos, me encolho
Mas não vai adiantar

Estou sozinho nesta casa
Ouço a voz rouca falar

Silencio, no espelho
Minha garganta quer gritar

Sua pele, é tão fria
Tenho medo da babá!

Shhhh...!



(Ok, mais um da série "Tá, é péssimo, mas me diverti fazendo")

MemeMemeMeme

Memes são diabinhos sacanas
Vírus que não deixam esquecer
E repetem a toda hora:
Meme, eu e você

Poesia Poeira

Um dia não aguentei
E botei o pé na estrada
Fui atrás dos lugares
Onde eu não estava

Pé de vento, faro raro,
segui os cheiros da chuva
Me cobri do Sol
E vesti poeira.

Abracei o mundo
Bebi os Rios
Enamorei o mar

voltei para casa
Para mim
Antes que não tivesse
para quem retornar.

Amores

Há amores que se foram
sem nunca terem sido,
Há os de acaso, de caso
Aqueles de olhar faminto.

Existem amores indigestos
Os pueris, os por objeto
Há amores para toda a vida,
Amores relampago
Amores da vida.

Há amores, Amores e AMORES
Há também os desamores,
Há amores amadores
e amores dos quais me recinto

Há amores poéticos
Amores falsos , os vwerdadeiros
Amores incontroláveis
Há mar de amores.

E há o amor que sinto.

JOSÉ (Carlos Drummond de Andrade)

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?


(Não sei mais quem, na época que o Sarney deixou de ser presidente, publicou esta poesia clássica de Drummond em "sua homenagem". Acho que foi a Casseta`Popular, na época que eu me orgulhava de ler eles. De qualquer forma, em tempos que o moço assume a presidencia do senado, lembrei dela).

23 janeiro 2009

Billie Holiday

Nascida Eleanor Fagan Gough em 1915 e morrida lá quase na década de 60, com não mais do que uns 45 anos, a moça tem uma daquelas histórias de vida que fazem a sua parecer um passeio.

Seus pais tinham 15 e 13 anos, respectivamente, quando ela nasceu. Crianças gerando crianças.

Violentada ao 10, virou "moça da vida" aos 14. Começou a cantar por absoluto desespero. Adotou então o nome ao qual seria conhecida. Sofreu preconceito, segregação e, como era de praxe aos talentosos de então, se acabou em drogas, alcool e depressão.



Dona de uma interpretação que é quase doída, de tão boa, é pouco conhecida aqui no Brasil, claro.



Meu primeiro contato com ela foi lendo "Watchmen", de Alan Moore, na qual um dos personagens toca "You Are My Trhill" interpretado por ela. Anos depois ainda caçava a m´pusica quando, por acaso, a ouvi a primeira e única vez na vida (ouvi outras coisas com ela, mas "You Are My Trhill" só uma. Foi uma maneira, confesso, bem estranha de se conhecer um talento assim, mas paciência.



Problema: Meu amigo fazia faculdade em Campinas e ele não me emprestou a fita 9sim crianças, ainda era tempo da fita cassete, ou "K7", mais precisamente).



Anos depois pedi de novo emprestado e o cidadão não tinha a menor idéia do que eu falava.

Nunca achei o cd, mas se acharem, ouçam. E me emprestem, hehehe.



Ps: Se essa mulher e essa letra não são o que há de poesia, desisto!

You Are my Thrill (Sidney Clare)

You're my thrill
You do something to me
You send chills right through me
When I look at you
'Cause you're my thrill

You're my thrill
How my pulse increases
I just go to pieces
When I look at you
'Cause you're my thrill

Hmmm, nothing seems to matter
Hmmm, here's my heart on a silver platter
Where's my will
Why this strange desire
That keeps mounting higher
When I look at you
I can't keep still
You're my thrill

(bridge)

Where's my will
Why this strange desire
That keeps mounting higher
When I look at youI can't keep still
You're my thrill

22 janeiro 2009

As cartas

Oh Cristo
Está mesmo lendo isto?
Devolva, peço
Me faça este gesto.


Há algumas coisas que
não são para seus olhos,
canções que não deve ouvir!
Há saberes proibidos.



Devolva, torno a pedir
É duro, mas devo insistir
Dê-me já, ou pode ir!


Meus pertences são meus!
Minha dor, prazer e revolta.
Estes são meu passado,
o lado escondido, arredio.


Se me conheces, me domina,
me decifra e me devora
Abriu a caixa, não foi?
Bem, então não tem volta.



Já lestes tudo isso?
Va embora, sem demora.
Guarde seus sentimentos.
E, por favor, não bata a porta.







(da época que eu queria ser um novo Paul Geraldy)

Todas as Cartas de Amor são Ridículas

Álvaro de Campos / (Fernando Pessoa)

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,

Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,

Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,

Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,

Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Fobos

Medo? Tenho vários!
De imposto, monstros e escuro
Medo de começar algo ,
de terminar algo
De morrer sem seguro.

Medo de todos os tipos,
Admito, sem orgulho
Sou medroso, convicto, assumido.

Mas tenho, também um pavor,
Escondido, quase perdido:
É saber que ver você
sempre mexe comigo

Novelão

Amor é um sentimento chato.
Perdoem-me os apaixonados,
Os proscritos desejantes
Os poetas amantes
Enfim, os como eu, chatos.

Amar é uma pentelhação.
É dar um pedaço da gente
Sem motivo ou razão

Doar nossos sentimentos mais febris
Dedicar cânticos e memórias
A aquele movimento dos quadris.

Sandice. Pasmaceira. Aborrecimento.
Besteira!

Amamos, sim amamos.
Mas convenhamos,
é sentimento tortuoso.
Indecifrável, sinuoso.
Aborrecido, ainda que gostoso.

Amamos quem difere,
quem se iguala, quem interfere
Amamos porque somos loucos.
Serenautas quase roucos.

E quando o amigo ao lado
Reclama e vira os olhos
Dizendo: -"Compadre, larga a mão
Está exagerando, bem sabe!"

Nos indignamos e dizemos:
"Isso é amor, não faça pouco!
Não entendeste? Então deixe-me
falar dela mais um pouco!"

Amantes são pessoas
De sentimento sublime
Amam, e como amam!

Mas sejamos francos, frios
objetivos como poucos:
Amar é verbo pavoroso
Mesmo quando é maravilhoso.

Como a Navalha na Seda

Linhas suaves
Contornos disformes
Escrita à mão
Pela tremula carne

A carta de amor
Embate-se em palavras
Se solta e descreve
O que sente com ressalva

Em tinta azul-suave
As palavras gritam
Criando imagens.
Um recurso covarde,
Que requer coragem.

Fala-se o que se sente,
Formata-se o impalpável
Suaviza-se o diálogo
Impõe-se a imagem.

Decompõe-se a emoção
Rabisca-se com louvor
Mata-se um amor
Em nome da mensagem.

Descrever em palavras
É congelar o mundo
É reduzir a vida,
E perverter o segundo.

Mas discursa-se, assim mesmo
Perdendo-se parte da alma
Para dar maior espaço
Ao que se deixa preso
(E torna um homem insano)

Sangrando em palavras
Avança o escritor no poema
Picotando, torcendo, clamando,
que tal confissão abata a pena.

Em dolorosas letras
Profetiza-se fim amargo
A um gostar tão intenso
E tão temível fardo

Mas, ridicularizando-se,
O poeta enfim se cala,
Decidindo-se, amassa a folha
Joga atoalha
Apaga a luz.
Deixa a sala

(esse é um dos meus que pessoalmente mais gosto. Não são tantos poemas assim, a bem da verdade, mas ainda assim, uma das coisas que mais me divertiu escrever).

Meditação

“A gente começa a amar
por simples curiosidade
Por ter lido num olhar
certa possibilidade

E como, no fundo, a gente
se quer muito bem
ama quem a ama, somente
pelo gosto igual que tem.

Depois a gente começa
A repartir dor por dor.
E se habitua depressa
A trocar frases de amor.

E sem pensar vai falando
De novo as que já falou...
E então continua amando
Só porque já começou”


De Paul Geraldy,
Esse é, de longe, meu poema predileto.

Outono do Dia

Quando a tarde chega
livra o dia de seus encantos
Menos luz, menos calor
Menos agito, mais torpor

É aquela hora do dia
Ou mais precisamente, da Tarde
Em que Sol já não arde
Já não brilha azul profundo

Faz o ruido dos que, vestidos
De suas armaduras Fordianas
Berram, reclamam, buzinam,
Mas eterna e momentaneamente parados

Nestas horas, sem piano ao fim da tarde
Reclamo a preguiça merecida
O espreguiçar longo, sonolento
Mal-humorado, insatisfeito

Aguardo.
Pela noite, pela madrugada,
pelo dia seguinte
(e perdoem-me o trocadilho sem sal),
pedinte mendigo um trocado
Um olá, um obrigado.

Anseio o sorriso
Carnudo, vermelho, perigo
Os braços longos de bailarina
Envolventes, que ao contrário da noite
Não chegam.